E quando o "E se?" acontece...
- Lissandra Martins Souza
- 20 de mai. de 2015
- 3 min de leitura

Vários são os motivos que levam um casal a escolher pelo parto domiciliar! Esta decisão geralmente não é fácil! Em vários sentidos! Ir de encontro ao modelo de assistência vigente, ir de encontro às crenças e valores de família e amigos, ir de encontro a nossa própria herança informativa negativa em relação ao parto é uma verdadeira jornada interior! Incrível como a busca é capaz de não só mudar pensamentos e opiniões como também mudar a nossa própria visão de mundo! Transformação, Desenvolvimento, Superação, Transmutação, Sublimação! São vários os adjetivos expressados ao final da experiência pelos atores do processo!
Uma das coisas que acho mais importante nesse processo não é exatamente a decisão em si, mas como se chegou à decisão! Geralmente um dos atores apontam argumentos "científico-afetivos" para a defesa do parto domiciliar e para justificar sua decisão. O outro, geralmente o que está inseguro ou em dúvida, elaborando e se apropriando do fenômeno, não consegue ver nada além dos riscos de um parto domiciliar. O medo está à frente de qualquer coisa! Não adianta insistir e adiantar os passos! Temos que parar aqui! Fazer uma pausa e validar o medo.
Geralmente digo: “O medo não é ruim. Porque leva a gente a cuidar, a zelar e buscar meio de controlar e minimizar o perigo”. Porque é disso mesmo que estamos falando: do perigo! Não adianta, neste momento, falar das rosas (ainda)! Temos que falar, neste momento, dos espinhos! Vamos falar sobre eles sim, porque existem, estão lá, fazem parte da própria natureza da rosa! Metáforas são importantes nesse momento. Porque acessamos a mente inconsciente! E quando esta permitir, a mente consciente se torna mais receptiva!
Para que servem os espinhos? Por que eles estão lá? As rosas são tão lindas... mas esses espinhos?? Elas podem nos machucar... Sabemos que os espinhos, na maioria das plantas, tem a função de proteção mecânica (contra “predadores herbívoros”), servem de recursos para fixação e sustentação, além de conter seiva para manter a planta hidratada e nutrida! Ou seja, são recursos de adaptação para sobrevivência! Faz parte da natureza!
E é sobre isso... os espinhos estão lá para nos lembrar que devemos não só apreciar a beleza da natureza mas também de respeitá-la!!
Como analogia, falamos sobre a natureza do processo do gestar, parir e nascer! Nosso papel enquanto “equipe de parto domiciliar” é acompanhar e vigiar o desenvolvimento (da gestação, do parto, do nascimento, do recém-nascido)! Nossos “olhos” estão voltados para a contemplação vigilante e respeitosa! Amável, mas firme! Seguimos até onde estamos confortáveis e seguras!
A rosa pode ser contemplada em qualquer lugar! Não é o lugar que a faz mais ou menos maravilhosa! Não é o local! É como olhamos! O que significa para nós! Então, o parto pode iniciar domiciliar e terminar no hospital! Sim! Claro! E está tudo certo! E nem por isso não contemplaremos, apreciaremos e reverenciaremos o nascimento e a linda ciência da vida e da obstetrícia!
“O que buscamos não é o parto DOMICILIAR, buscamos o parto SEGURO”, finalizamos, enfim!
Assim, a Equipe Nascentia convida os próximos Atores da Vivência da Vida (como ela é! E como deve ser!) para falar dos espinhos. Vamos falar do “E se?”! E então... Contemplar as rosas...
Ah, sim, rosas não tem espinhos! Na verdade, são acúleos!!!
Próxima Roda Nascentia:
"Quando o “E se?” acontece... Relatos de partos com intercorrências e transferências. Visão dos casais, das doulas e das parteiras!"
Convidadas especiais: Letícia Bartholo, Aline Figueiredo e Karen Barcelos.
Dia 23/05, às 9h, no Espaço Nascentia Lago Norte
Informações e Inscrições: nascentiapdp@gmail.com
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